A cidade de São Paulo continua em quarentena
29 Maio, 9:31
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As propostas dos primeiros setores privados que podem solicitar a flexibilização da quarentena começam a ser recebidas já a partir do dia 1° de junho
A Prefeitura de São Paulo vai publicar decreto, antes do dia 1° de
junho, regulamentando os pré-requisitos necessários para que os setores
privados, que já discutiram com o Governo do Estado de São Paulo
parâmetros de abertura, possam apresentar suas propostas para retomada
da atividade. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (28), o prefeito
Bruno Covas, anunciou os pré-requisitos necessários para a solicitação
da retomada segura da atividade econômica, cujas propostas serão
analisadas pelas Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Trabalho
(SMDET) e da Saúde (SMS). Por enquanto, a cidade continua em quarentena.
Anunciou ainda, inquérito sorológico nos 96 distritos da Capital, a
distribuição de mais 3 milhões de máscaras e três novos hospitais
municipais: Sorocabana, Guarapiranga (antigo do Hospital das Irmãs
Hospitaleiras) e na Av. Brigadeiro Luís Antônio que juntos, quando
estiverem em pleno funcionamento, totalizarão 340 leitos, sendo novos
100 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). E, além disso, que nos
próximos dias (até domingo), a cidade ganhará mais 300 leitos de UTI
com a instalação dos novos respiradores repassados pelo Governo estadual
ao Município – os primeiros 48 respiradores foram instalados hoje, ou
seja, mais 48 leitos de UTI.
Para flexibilizar a quarentena na cidade, dois pré-requisitos básicos
vão guiar a Prefeitura até a assinatura de um pacto de abertura com as
associações setoriais: 1) os setores precisam apresentar protocolos de
saúde, higiene, de testagem, regras de autorregulação, regras para
fiscalização, política de comunicação destas regras e proteção aos
consumidores e funcionários; e, que 2) eles sejam validados pela
Vigilância Sanitária. Os setores já definidos poderão apresentar as
propostas à Prefeitura são: atividades imobiliárias, concessionárias de
veículos, comércios, escritórios e shopping centers.
O prefeito Bruno Covas destacou que a cidade de São Paulo avançou
para a fase 2 (fase laranja), conforme classificação feita pelo Governo
estadual , mas continua em quarentena. “Continua a preocupação em evitar
aglomeração, em proporcionar o distanciamento social, com a utilização
de máscaras e outras ações de higiene pessoal, ou seja, Infelizmente,
ainda não viramos a página, mas com os índices conquistados, já podemos
falar em uma retomada tranquila, em uma retomada gradual da atividade
econômica na cidade”, explicou.
Segundo o prefeito, a preocupação continua, o vírus ainda está aí e
São Paulo não pode repetir o erro de várias outras cidades que começaram
a reabrir e tiveram que voltar atrás. Ele pediu, mais uma vez, a
colaboração, o envolvimento, a ajuda das pessoas para que a cidade possa
falar em flexibilização. “Para que isso seja um caminho numa só
direção, para que a gente não tenha que voltar atrás daqui a alguns
dias”, lembrou o prefeito.
Os setores privados precisam discutir com a Prefeitura de que forma
será essa reabertura. “A Prefeitura fez sua parte com a ampliação dos
leitos de UTI, com todas as ações na área da saúde e assistência social;
a população fez sua parte permanecendo dentro de casa e utilizando
máscaras, agora os empresários precisam fazer a sua parte apresentando
esses protocolos para que a gente possa ter uma reabertura na cidade de
São Paulo”, explicou o prefeito, sempre frisando que é para a cidade não
regredir e voltar a fase 1 do Plano SP, a vermelha, sem possibilidade
de abertura da atividade econômica.
Mulheres – Na entrevista coletiva, o prefeito lembrou também
outras preocupações com a possibilidade de flexibilizar a quarentena. A
primeira delas é de que forma fazer a reabertura das atividades sem
prejudicar as mulheres porque as escolas e as creches não serão
reabertas. A Prefeitura quer encontrar, junto com os setores privados,
como garantir que não haja o desemprego da mulher trabalhadora. “Porque é
sempre sobre a mulher que recai a obrigação de cuidar dos filhos”,
lembrou.
Máscaras – Em junho, a Prefeitura vai distribuir 3 milhões de
máscaras na cidade de São Paulo. Após três pesquisas com a população
constatou-se que: na primeira o índice de utilização de máscara pela
população era de 95%, na segunda o índice foi de 97%, e, na terceira o
índice foi de 96%. Dentro da margem de erro foi mantido o índice de
utilização de máscaras na cidade. Agora, a Prefeitura quer aumenta-lo e,
para isso vai distribuir mais 3 milhões de máscaras. Desde o início do
isolamento social, a Prefeitura já instituiu por decreto, inicialmente,
recomendação de uso de máscaras na cidade e, posteriormente, a
obrigatoriedade de máscara no transporte público. Para a flexibilização
da quarentena, a Prefeitura anunciou que haverá mais 2 mil ônibus em
circulação.
Hospitais, leitos e UTIs – Além dos 7 hospitais que a cidade
inaugurou desde o início da quarentena, mais 3 hospitais serão
inaugurados nos próximos dias na cidade apara abrir mais 340 leitos,
sendo 100 deles de UTI. Serão reabertos: o hospital da Guarapiranga, o
antigo do Hospital das Irmãs Hospitaleiras, com 80 vagas de UTI e 60 de
enfermaria; a unidade hospitalar na Avenida Brigadeiro Luís Antônio,
onde foi organizado um espaço hoje ocupado pela parte administrativa da
Secretaria de Saúde para abrir um novo hospital com 20 leitos de UTI e
120 leitos de enfermaria; e, o Hospital Sorocabana, cuja parte térrea
foi cedida pelo Estado ao Município, com 60 leitos de enfermaria, uma
reivindicação da população da zona oeste da cidade. No caso do
Sorocabana, o andar térreo vai se somar à AMA, que já é administrada
pelo município. O objetivo é continuar a ampliação do número de leitos
de UTI na cidade de São Paulo: no início da pandemia eram 507 leitos e
hoje já são mais 1.007 e, em junho, serão 1.550 leitos a mais de UTI na
cidade.
Inquérito sorológico – Inicia também em junho, inquérito
sorológico nos 96 distritos da cidade de São Paulo, além de testar 90
mil profissionais da área da saúde. A Prefeitura adquiriu mais 115 mil
testes rápidos para, de maneira orgânica e científica, ter um número
mais preciso da quantidade de pessoas que já estão imunizadas na cidade
de São Paulo. A ampliação da testagem é um dos itens que a prefeitura
vai continuar a observar especialmente agora, com a possibilidade de
flexibilização da quarentena no Município.
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