STJ - Viúva não tem direito real de habitação sobre imóvel do qual os irmãos do falecido eram coproprietários | |
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Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que uma
viúva entregue o imóvel onde vivia com o marido, tendo em vista que o
bem era copropriedade do falecido e dos irmãos. Seguindo o voto da
ministra relatora, Nancy Andrighi, a Turma entendeu que o direito real
de habitação de cônjuge sobrevivente não se aplica a esse tipo de
situação, já que o condomínio entre o marido falecido e os irmãos foi
constituído antes do óbito.
Para a relatora, a formação do direito real de habitação tem o propósito de aplicar o princípio da solidariedade familiar. Contudo, não há elos de solidariedade entre um cônjuge e os parentes do outro. Esse vínculo é apenas de afinidade, que se extingue, à exceção da linha reta, com a dissolução do casamento. Nesse contexto, a ministra Nancy Andrighi expôs em seu voto a falta de razoabilidade em conceder o direito de habitação ao cônjuge sobrevivente, como fez o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), em acórdão que motivou o recurso ao STJ. Ela justifica sua posição na preexistência do condomínio formado pelos irmãos. Não fosse assim, a Justiça estaria admitindo o direito real de habitação sobre imóvel de terceiros, principalmente quando se observa que o falecido detinha fração minoritária do bem. Direito real de habitação A Turma entendeu que o posicionamento do TJSE acerca do alcance do direito real de habitação não está em harmonia com a melhor interpretação do parágrafo 2º do artigo 1.611 do Código Civil – que estabelece o direito real de habitação para o cônjuge sobrevivente, casado sob o regime de comunhão universal, desde que o imóvel em questão seja o único bem dessa natureza a inventariar. A Quarta Turma já se posicionou em caso semelhante, no qual verificou que não há direito real de habitação se o imóvel em que os companheiros residiam era propriedade conjunta do falecido e de irmãos. Com essas considerações, a Turma deu provimento ao recurso para reformar a decisão do TJSE e julgar procedente o pedido inicial feito pelos irmãos e herdeiros do falecido, para que a viúva entregue o imóvel, sob pena de imissão compulsória, exatamente como determinou a sentença em primeiro grau. Processo: REsp 1184492 Superior Tribunal de Justiça/AASP |
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terça-feira, 29 de abril de 2014
STJ - Viúva não tem direito real de habitação sobre imóvel do qual os irmãos do falecido eram coproprietários
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