STJ - Mantida indenização de R$ 3 mil a consumidora que ingeriu metal em achocolatado | |
Uma
consumidora do Rio de Janeiro receberá R$ 3 mil como indenização de
danos morais por ter ingerido partículas de metal junto com um
achocolatado em pó. O ministro João Otávio de Noronha, do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou o recurso com o qual ela pretendia
rediscutir o valor indenizatório.
Em 2009, a consumidora ingeriu o alimento N. A.-E, fabricado pela N., e notou a presença de corpos estranhos no material, semelhantes a pedaços de metal. Ela contou que sentiu “fortes dores abdominais” e foi submetida a raio-X, que revelou a presença de “artifaturais raladas na projeção da coluna lombar”. Somente 11 dias após o incidente, o material foi expelido. A consumidora procurou a N. para informar sobre o ocorrido e recebeu gratuitamente uma nova lata do produto. Ajuizou, então, ação de reparação por danos morais, pedindo cem salários mínimos. A N. afirmou que recebeu a amostra do produto para exame fora da embalagem original. Disse que a perícia encontrou um brinco em meio ao achocolatado e que em sua linha de produção seria impossível acontecer a contaminação. Responsabilidade objetiva Em primeiro grau, o juiz levou em conta documentos médicos juntados como prova e reconheceu a responsabilidade objetiva da N. pelo defeito do produto, isto é, independentemente de comprovação de culpa. A empresa foi condenada a pagar R$ 3 mil de compensação por danos morais, com correção monetária a contar da publicação da decisão e juros a contar da citação. Ambas as partes apelaram. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou os recursos. Disse que o dano suportado pela consumidora ocorre in re ipsa (é presumido) e deve ser reparado. A responsabilidade objetiva do fornecedor, segundo o TJRJ, só poderia ser afastada mediante prova da culpa exclusiva do consumidor, de terceiro ou de caso fortuito alheio ao produto (fortuito externo), mas isso não ocorreu. Sobre o valor fixado, o TJRJ considerou-o adequado, razoável e proporcional às circunstâncias do caso. Moderação A consumidora recorreu ao STJ, alegando que o valor da indenização seria irrisório e deveria ser aumentado. No entanto, o recurso não foi admitido para julgamento pelo Tribunal. Em decisão individual, o ministro Noronha afirmou que o STJ só interfere na fixação do valor indenizatório quando ele se mostra irrisório ou exorbitante, “distanciando-se das finalidades legais”. No caso, segundo ele, o valor estipulado nas instâncias ordinárias “foi fixado com moderação, visto que não concorreu para o enriquecimento indevido da vítima e porque foi observada a proporcionalidade entre a gravidade da ofensa, o grau de culpa e o porte socioeconômico do causador do dano”. A N. também recorreu, mas o recurso foi assinado por advogado sem procuração nos autos e por isso não foi conhecido. Processo: AREsp 477364 Fonte: Superior Tribunal de Justiça/AASP |
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sexta-feira, 21 de março de 2014
STJ - Mantida indenização de R$ 3 mil a consumidora que ingeriu metal em achocolatado
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