Campanha “Não se Cale!” promove formação para profissionais da rede escolar
Iniciativa em parceria com a Secretaria Estadual da Educação.
Como
parte da campanha “Não se Cale!”, o Tribunal de Justiça de São Paulo,
em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), deu início a
uma série de formações voltadas a professores e outros profissionais da
rede escolar. A iniciativa tem como objetivo abordar violência e abusos
contra crianças e adolescentes, uma vez que muitos casos chegam ao
conhecimento das autoridades por meio de quem trabalha nas escolas. A primeira transmissão,
que aconteceu na tarde desta segunda-feira (26), apresentou o projeto
aos espectadores sobre a importância do papel das instituições de ensino
nesse contexto.
A juíza idealizadora da
campanha, Ana Carolina Della Latta Camargo Belmudes, responsável pelo
Setor de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso,
Pessoa com Deficiência e Vítima de Tráfico Interno de Pessoas (Sanctvs),
contou que cerca de 84% dos crimes são praticados por familiares ou
pessoas muito próximas às vítimas. “No momento de isolamento, elas estão
presas com seus agressores, gerando um possível aumento de casos, mas
também de subnotificações. Aqui entra o papel importante da escola. São
recorrentes os casos em que as vítimas encontram nos profissionais da
educação segurança para relatar os abusos. Outras vezes, esses
profissionais percebem que algo de errado está acontecendo”, afirmou. “A
incerteza faz parte. A investigação não cabe à escola ou ao vizinho; o
papel é o de noticiar, apenas entregar às autoridades um fato suspeito
para que providências adequadas sejam tomadas”, completou.
O projeto conta com parceria do
grupo “Palhaços sem Juízo”, que produz vídeos de conscientização e
reflexão sobre o tema. Antes da iniciativa, eles já atuavam em fóruns de
São Paulo, humanizando o ambiente, especialmente em casos de
depoimentos de crianças vítimas ou testemunhas de violência. A fundadora
do grupo, Soraya Saíde, ressaltou que é dever de toda sociedade
proteger a infância e a juventude. “Não se pode calar diante de uma
suspeita de violência. Todos nós precisamos compreender essa obrigação,
somos todos responsáveis. O choro, um barulho diferente ou até o
silêncio são sinais para prestarmos atenção. A campanha convoca a
sociedade a denunciar, principalmente diante de um isolamento
necessário, mas que se estende”, afirmou.
Enfatizando a fala da
magistrada, a formadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos
Profissionais da Educação (EFAPE) Adriana Cardoso Paulo Rodrigues disse
que denunciar não é investigar. “A responsabilidade de romper o ciclo de
violência cabe a todos nós. Denunciem, ainda que anonimamente, mesmo
que seja só uma suspeita, para que uma investigação seja aberta por meio
de profissionais competentes e qualificados para apurar os fatos.
Aqueles que atuam na área da educação devem ficar atentos para
identificar, inclusive de maneira remota, mudanças de comportamento”,
falou.
Deste primeiro encontro, também
participou a atriz e palhaça do projeto Palhaços Sem Juízo Roberta
Calza. O próximo acontecerá no dia 10 de maio, no canal do YouTube CMSP – Desenvolvimento Profissional,
e terá a presença da promotora de Justiça Daniela Romanelli da Silva e
da psicóloga do Sanctvs Anna Christina da Motta Pacheco, que abordarão,
entre outros assuntos, sinais de violência e suas formas variadas, como
física, psíquica e alienação parental.
Não se cale - Preocupado com o cenário de violência contra crianças e adolescentes, o TJSP lançou a campanha “Não se cale! Violência contra a criança é covardia, é crime! Denuncie!” em seu site e redes sociais para alertar sobre os crimes, incentivar a denúncia e orientar como ela pode ser realizada. Saiba como denunciar:
Disque 100 –
Mantido pelo Governo Federal, recebe, encaminha e monitora denúncias de
violação de direitos humanos. A ligação pode ser feita de telefone fixo
ou celular e é gratuita. Funciona 24 horas, mesmos aos finais de semana
e feriados. A denúncia pode ser anônima.
Conselho Tutelar –
É o principal órgão de proteção a crianças e adolescentes. Há conselhos
tutelares em todas as regiões. A denúncia pode ser feita por telefone
ou pessoalmente, e as unidades estão funcionando em horários
diferenciados. É possível encontrar os contatos pela internet.
Delegacias de Polícia –
Seguem abertas 24 horas. Tanto as delegacias comuns quanto as
especializadas recebem denúncias de violência contra crianças e
adolescentes.
Polícia Militar – Em caso de emergência, disque 190. A ligação é gratuita e o atendimento funciona 24 horas.
Comunicação Social TJSP – SB (texto) / PS (reprodução e arte)
imprensatj@tjsp.jus.br
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