EPM e CIJ promovem a palestra ‘As consequências da mídia como principal meio de relacionamento’
Maria Luiza Arnone e Regina Amorim foram as expositoras.
A Escola Paulista da Magistratura (EPM) e a Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) realizaram na sexta-feira (9) a palestra As consequências da mídia como principal meio de relacionamento,
com exposições da psicóloga Maria Luiza S. Farah Arnone e da
psicanalista Regina Lúcia de Amorim e a participação do desembargador
Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, coordenador do evento, e da juíza
Cindy Covre Rontani Fonseca.
Na
abertura, Reinaldo Torres de Carvalho destacou que as palestras “além
de nos ensinarem, fazem repensar como estamos vivendo e enfrentando uma
realidade difícil e como buscar soluções”. Em seguida, apresentou uma
homenagem feita pela Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) ao
desembargador Antonio Carlos Malheiros, falecido recentemente.
Iniciando
as exposições, Regina Amorim ressaltou que existem estudos que
demonstram vários desequilíbrios provocados pela imersão excessiva no
ambiente virtual, elucidando que se dão no âmbito psíquico, físico e
relacional. Como referência, mencionou o CID 11, a nova Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde, com previsão para entrar em vigor em 2022, que relaciona o vício
em jogos eletrônicos como distúrbio de saúde mental.
Ela explicou que a internet e os smartphones
possibilitam facilidades como entretenimento, compras, administração de
finanças, estudo, conexão com pessoas, entre outras, mas essa
quantidade de informações recebidas pode trazer uma série de emoções,
como frustração, desejo e ansiedade. E mencionou a dificuldade de
percepção de tempo por quem passa muito tempo conectado. Dentre os
atrativos das mídias, citou as recompensas emocionais, como as curtidas,
e a possibilidade de um certo anonimato, “que permite às pessoas se
relacionarem de forma controlada, expondo apenas o que desejam que os
outros vejam, para não correr riscos emocionais”.
Maria
Luiza Arnone fez uma comparação entre diversas gerações e suas relações
com as redes sociais. “A internet surgiu como uma ferramenta
facilitadora de integração entre as pessoas virtualmente. Começamos a
perceber que com a chegada da internet e da facilidade de acesso,
começaram a ocorrer mudanças comportamentais e alterações psicológicas
na sociedade”. Dentre os efeitos negativos, mencionou o isolamento,
destacando o que ser humano é gregário e estar sozinho por muito tempo
pode afetá-lo psicologicamente.
Ela
mencionou como habilidades essenciais para as crianças o
desenvolvimento da empatia, a realização de trocas afetivas, e a
realização de experiências vivenciais práticas, ponderando que quando
esses relacionamentos ficam em segundo plano, o prejuízo no
desenvolvimento pode ser muito grande, o que pode ser agravado pela
pandemia. Por fim, ressaltou a importância do monitoramento dos pais no
uso da internet.
Comunicação Social TJSP – LS (texto) / Reprodução (imagens)
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