Campanha “Não se Cale!”, do TJSP, alerta sobre bullying
Conscientização das vítimas e responsáveis.
O Tribunal de Justiça de São Paulo promove, pelo quarto ano consecutivo, a campanha “Não se Cale!”,
relançada sempre em 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e a
Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Em 2023, a ação é
voltada para o enfrentamento ao bullying. O objetivo é informar
crianças, adolescentes, pais e responsáveis sobre os tipos existentes
(incluindo o bullying sexual), os sinais e o que fazer nesses casos.
“Esse é um problema de toda a sociedade, com reflexos no comportamento
da vítima, na sua relação com familiares, colegas de classe e
professores. É no ambiente
escolar que grande parte dos casos acontece e pode gerar atos de
violência nas escolas e comunidades”, explica a juíza Ana Carolina Della
Latta Camargo Belmudes, idealizadora da campanha.
O
bullying pode assumir contornos verbais, psicológicos, físicos, sociais
e o cyberbullying. Machucados, hematomas, recusa em frequentar a
escola, diminuição do rendimento e das notas, baixa autoestima,
isolamento, ansiedade e comportamentos agressivos podem ser sinais de
que crianças e adolescentes sofrem hostilidades. Cartazes e vídeos que
circulam pelos sites, redes sociais e espaços físicos do TJSP e dos
parceiros, também com alerta aos responsáveis sobre o sharenting, que
consiste no compartilhamento excessivo de fotos, vídeos, aspectos da
rotina e informações sobre o filho nas redes sociais, podendo torná-lo
alvo de criminosos.
“Não se Cale!”
O
projeto “Não Se Cale!” nasceu em maio de 2020, durante a pandemia. Na
primeira fase, a campanha se concentrou na divulgação de canais de
denúncia de abusos sofridos por crianças e adolescentes, considerando
que o isolamento social gerou um quadro de subnotificação dos casos. No
ano seguinte, com o retorno gradual às atividades presenciais, o projeto
passou à divulgação e fortalecimento da rede de apoio, especialmente
nas escolas, por meio de parceria com a Secretaria Estadual de Educação.
Na terceira etapa, a divulgação foi voltada para a importância do
depoimento especial para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas
de violência sexual.
Sobre Abuso Sexual
Veja como identificar os sinais de violência sexual, como lidar com a criança ou o adolescente e como fazer a denúncia:
Para quais sinais as pessoas devem estar atentas?
Há
situações em que as violências não deixam sinais identificáveis, mas
que devem ser monitoradas. Precisamos estar atentos a mudanças
repentinas de comportamento e de humor, alterações no sono e na
alimentação. Além disso, devemos observar a resistência da criança ou do
adolescente em ficar sozinho(a) ou permanecer na companhia de
determinada pessoa. Outras vezes, os sinais de alerta são mais
explícitos, como gritos, choros constantes e marcas no corpo. Todas as
situações devem ser vistas em sua complexidade e nunca isoladamente.
Se estou desconfiada(o), como devo abordar a criança/adolescente para tentar descobrir se aconteceu alguma coisa?
É
fundamental estar calmo para conversar. A revelação da violência
sofrida é um processo e, muitas vezes, não ocorre imediatamente ou é
relatada de uma só vez. Seja, sobretudo, acolhedor, dizendo que não
deixará de amá-la por qualquer situação que tenha acontecido. Faça
perguntas abertas, jamais sugestivas. Por exemplo, ao invés de perguntar
"Alguém mexeu com você na escola?", "Fulano tocou no seu corpo?",
pergunte: "Aconteceu alguma coisa com você?", "Como está se sentindo?",
"Há algo que você ache importante me contar?" Caso a criança demonstre
resistência em falar, não insista! Se há suspeita de violência,
comunique às autoridades competentes e deixe que profissionais
especializados abordem o assunto. Lembrando que a criança/adolescente
não deve depor contra sua vontade na delegacia ou em qualquer outro
lugar.
Onde denunciar casos de violência sexual
Disque 100:
mantido pelo Governo Federal, recebe, encaminha e monitora denúncias de
violação de direitos humanos. A ligação pode ser feita de telefone fixo
ou celular e é gratuita. Funciona 24 horas, mesmo aos finais de semana e
feriados. A denúncia pode ser anônima.
Conselho Tutelar:
é o principal órgão de proteção a crianças e adolescentes. Há conselhos
tutelares em todas as regiões. A denúncia pode ser feita por telefone
ou pessoalmente, e as unidades estão funcionando em horários
diferenciados. É possível encontrar os contatos pela internet. Na cidade
de São Paulo, a Prefeitura disponibiliza telefones e endereços na
página:
Delegacias de Polícia:
seguem abertas 24 horas. Tanto as delegacias comuns quanto as
especializadas recebem denúncias de violência contra crianças e
adolescentes.
Polícia Militar: em caso de emergência, disque 190. A ligação é gratuita e o atendimento funciona 24 horas.
Comunicação Social TJSP – BC (texto) / LF (arte)
imprensatj@tjsp.jus.br
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