Curso de Direito Empresarial em homenagem ao desembargador José Araldo da Costa Telles é realizado na EPM
Contribuições à jurisprudência do TJSP foram ressaltadas.
A Escola Paulista da Magistratura (EPM), em parceria com a Fundação Arcadas, promoveu nos dias 9 e 10 de fevereiro o curso Questões atuais de Direito Empresarial: uma homenagem ao desembargador José Araldo da Costa Telles.
O evento teve mais de 800 inscritos nas modalidades presencial e
on-line e contou com palestras de abertura dos ministros Enrique Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, e Paulo Dias de Moura
Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça.
Ao iniciar os trabalhos, o
diretor da EPM, desembargador José Maria Câmara Junior, agradeceu a
participação de todos, em especial, do presidente da Seção de Direito
Privado, Artur César Beretta da Silveira, e dos painelistas e o trabalho
dos coordenadores do evento e da área de Direito Empresarial da EPM,
desembargador Mauricio Pessoa e juíza Renata Mota Maciel e o apoio da
Fundação Arcadas. O diretor destacou a justa e merecida homenagem que
motivou a realização do evento.
A seguir, o desembargador Paulo Roberto Grava Brazil conduziu a homenagem ao
desembargador José Araldo da Costa Telles (1954-2022): “exemplo de
magistrado, professor e amigo. Ele não precisou pregar polidez ou
humildade. Bastou agir naturalmente e dar exemplo. Espírito jovem,
apaixonado pelo Direito Empresarial. Vibrava com as discussões de
trabalho, com seus votos e com os dos colegas. A humildade era uma
virtude indiscutível de José Araldo”, exclamou. Destacou também a
contribuição do homenageado para o Direito Empresarial e recitou
palavras de homenagem de colegas.
A advogada Cristiane Chabaribery
da Costa Telles, viúva do homenageado, recebeu flores entregues pela
servidora Régia Mara de Oliveira Beretta da Silveira, coordenadora de
Documentação e Estatística da Escola Judicial dos Servidores (EJUS).
Cristiane Telles agradeceu a homenagem, salientando que ele era muito
feliz, muito grato pela carreira e apaixonado pela magistratura. “O
grande ciúme que eu tinha era a magistratura, porque era a paixão dele.
Tenho certeza que o José Araldo recebe essa homenagem com o coração
transbordando de gratidão e de alegria no plano espiritual”, enfatizou.
O desembargador Artur César
Beretta da Silveira recordou a trajetória de amizade com o homenageado.
“Ele era o que se diz de um homem bom, dedicado à família, aos amigos e à
magistratura. Cristiane, você foi o grande amor do José Araldo e eu sou
testemunha disso”, afirmou, citando também o nome das cinco filhas e
sete netos do homenageado.
Iniciando as exposições, o
ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro falou sobre o tema “A Empresa e os
direitos humanos”. Ele lembrou que falar em direitos humanos é falar em
garantias individuais e direitos fundamentais, muito mais através dos
tratados que os formam. Ele recordou que a Constituição Federal de 1988 é
vasta a respeito desse tema, desde o seu preâmbulo, que preconiza uma
sociedade fraterna, o que implica em solidariedade e sustentabilidade;
prossegue no artigo primeiro com os fundamentos do Estado Democrático
de Direito, a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores
sociais do trabalho; no artigo terceiro com os objetivos fundamentais da
República, inclusive o de erradicar a pobreza; e no artigo 170 que traz
os princípios da atividade econômica, dentre eles a livre concorrência,
a defesa do consumidor, a redução das desigualdades e a busca do pleno
emprego. “É por isso que as normas a respeito de recuperação judicial se
assentam exatamente na manutenção dessas empresas, que são as geradoras
de empregos e de riqueza”, frisou. E destacou projetos de leis e
julgados do STJ que tratam de questões envolvendo o tema.
Painéis
Na sequência, foi
apresentado o primeiro painel, “Subclasses na recuperação judicial”, com
exposições do desembargador Sergio Seiji Shimura, do juiz Paulo Furtado
de Oliveira Filho e do professor Manoel de Queiroz Pereira Calças, com
moderação do desembargador Marcelo Fortes Barbosa Filho.
O segundo painel versou sobre o
tema “O tratamento do crédito tributário na falência e na recuperação
judicial” e teve como expositores os juízes Leonardo Fernandes dos
Santos, Daniel Carnio Costa, conselheiro do Conselheiro Nacional do
Ministério Público (CNMP); e Clarissa Somesom Tauk, com moderação do
desembargador José Benedito Franco de Godoi.
No terceiro painel, “Eficiência
da falência: possibilidades a partir das alterações da Lei nº
14.112/2020”, as exposições ficaram a cargo do desembargador Ricardo
José Negrão Nogueira, da juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias e do
professor Oreste Nestor de Souza Laspro, com moderação do juiz
substituto em 2º Grau Jorge Tosta.
O curso teve continuidade na
sexta-feira (10) com palestra de abertura do ministro Ricardo
Lewandowski sobre o tema “A empresa e a Constituição Federal”. Ele
apresentou um panorama histórico desde os primórdios do Direito
Comercial até o desenvolvimento do conceito da função social da empresa e
do empresário. O ministro salientou que, a partir do Código Civil de
2002, a função social e as relações privadas passaram a ser pautadas
pela exigência de uma atuação ética e socialmente responsável das partes
envolvidas no negócio, condizente com os novos valores constitucionais.
Ele ressaltou que, dentro do atual contexto constitucional, a empresa é
tão importante que é preciso evitar-se ao máximo a sua quebra, tendo em
vista que ela transcende a mera realização da autonomia individual do
empresário e a busca do lucro. “A empresa exerce uma função
importantíssima do ponto de vista social, especialmente como produtora
de riqueza e preservação dos empregos, dos quais tanto necessitamos”,
frisou.
Na sequência foi realizado o
quarto painel, “Contencioso societário”, com exposições do desembargador
Eduardo Azuma Nishi e dos professores Flávio Luiz Yarshell,
diretor-presidente da Fundação Arcadas; e Eduardo Secchi Munhoz, com
moderação do desembargador Cesar Ciampolini Neto.
No quinto painel foram estudadas
“Questões polêmicas em matéria de propriedade industrial”, com
exposições dos juízes Luís Felipe Ferrari Bedendi, Guilherme de Paula
Nascente Nunes e do professor José Marcelo Martins Proença, com
moderação da juíza substituta em 2º Grau Jane Franco Martins.
O último painel teve exposições
dos desembargadores Alexandre Alves Lazzarini e Francisco Eduardo
Loureiro e do juiz João de Oliveira Rodrigues Filho sobre o tema “A
jurisprudência do TJSP em matéria de franquia” com moderação do
desembargador Natan Zelinschi de Arruda.
Também participaram do evento os
desembargadores Tasso Duarte de Melo, coordenador da área de Direito do
Consumidor da EPM; Carlos Eduardo Cauduro Padin, Heraldo de Oliveira
Silva e César Eduardo Temer Zalaf; o juiz Fabrício Reali Zia, diretor de
comunicação da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis),
representando a presidente da Apamagis; os professores Manoel Justino
Bezerra Filho e Fernando Antonio Maia da Cunha; o procurador de Justiça
Eronides Aparecido Rodrigues Santos; e o conselheiro da Associação dos
Advogados de São Paulo (AASP) Leonardo Furtado, representando o
presidente da AASP; entre outros magistrados, servidores, advogados e
outros profissionais.
Comunicação Social TJSP – RF (texto) / MB e RF (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br
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